Opinião

REDENÇÃO conta uma história pontual dos atentados terroristas do ETA pela independência do País Basco. Mas quando se trata de cura, dá pra dizer, sem medo de errar, que a história dialoga intimamente com todas as pessoas vítimas de violência, injustiça ou desentendimentos que, de alguma forma, lutam pra conviver internamente com a raiva, o rancor e a tristeza.

Redenção foi a palavra escolhida pra dar o título do filme, traduzindo a atitude da protagonista, Maixabel. É ela que dá o nome do filme no original e é ela que nos conduz nessa trajetória difícil não só do perdão, mas da escuta. O marido de Maixabel era político e foi morto a tiros por integrantes do ETA em 2000. O ETA, que se denominava uma organização socialista revolucionária basca de libertação nacional, surgiu na Espanha em 1959 e atuou por mais de 50 anos espalhando terror e morte pelo país. Renunciou à violência em 2011 e este momento também se vê no filme, que é inspirado em história real.

Mas Maixabel não está sozinha neste processo de rendenção. A contrapartida, que faz o filme ser marcante, está na presença dos terroristas que assassinaram seu marido. Presos, eles formam o eixo oposto, mostrando outro ponto de vista em diálogos realmente arrebatadores. Isso porque, depois de 11 anos, Maixabel recebe concorda em se encontrar com o assassino. São essas as tomadas mais emocionantes de REDENÇÃO.