A CHEGADA – Arrival

Cartaz do filme A CHEGADA – Arrival

Opinião

Louise é linguista, profunda conhecedora das peculiaridades que cada linguagem e idioma carregam. Quando extraterrestres invadem a Terra em diversos pontos do globo, é preciso que alguém traduza o que aquelas criativas querem dizer. É necessario entender o que vieram fazer aqui e o que querem dos humanos. Louise é escalada para fazer essa conexão – se é que ela é possível, já que os alienígenas usam uma linguagem circular, com padrões lógicos diferentes dos nossos. Mas querem se comunicar e precisam de um interlocutor. É aqui que entra a complexidade de A Chegada, do diretor canadense Denis Villeneuve, também dos ótimos Incêndios, Os Suspeitos e Sicário.

Porque o que é evidente para uns, é ilógico para outros. Entender e compreender a linguagem do outro é entender como o outro se relaciona com seu mundo. Serve pra nós também, para o entendimento entre as nações. Louise  entende de linguagem, mas tropeça ao lidar com sua própria história e com seus sentimentos. Tem uma linguagem pessoal truncada, dura. Uma metáfora do próprio filme. O quanto deveríamos nos livrar das amarras  – assim como ela se livra da roupa anti-contaminação – para se entregar à comunicação com o outro. Só assim haveria um entendimento realmente. O quanto os países deveriam se desprender das diferenças e procurar uma comunicação não-violenta e construtiva, na defesa de questões importantes.

Amy Adams personifica esta entrega. Fez isso em outro filme deste ano, Animais Noturnos. E Villeneuve não entrega de bandeja as reflexões que pretende trazer à tona. Saí do filme pensando na lógica que tudo aquilo teria – porque, aparentemente, o desenrolar de A Chegada  confunde, para depois elucidar. Cinema bom, inteligente, instigante. Digno de muitos prêmios.

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