RUTH & ALEX
Opinião
Com o chamariz de Diane Keaton e Morgan Freeman, a empatia é imediata. Claro que fala mais de perto – e é capaz de emocionar – casais que já têm uma longa história juntos. Ruth e Alex são casados há 40 anos – o que não é pra qualquer um. E eu diria mais: têm uma cumplicidade que só quem está junto há muito tempo consegue entender – e valorizar. Mas, digo por experiência própria: indicar para casais jovens, que estão começando a lidar com as questões da rotina, manias mútuas e todo o pacote que vem junto com o companheiro (a) de longa data, é um convite interessante para apurar o olhar – sem que para isso seja preciso ver um filme denso, pesado e cheio de conflitos.
Essa não é a cara de Ruth & Alex. Pelo contrário, o filme se propõe a ser leve, uma comédia romântica da terceira idade, com a sua graça e graciosidade – totalmente por conta da empatia do casal, que eu adoro. Ao considerarem a mudança de apartamento nessa altura da vida, eles revisam a relação, os desafios superados, as frustrações que permanecem e a alegria da vida construída juntos, sob o mesmo teto. São seduzidos pela valorização do imóvel, pela lábia da agitada corretor, pela possibilidade de ter um apartamento com elevador e morar no centro de Manhattan. Mas tudo isso entra na balança e a graça do filme é ver acompanhar pra ver se essa matemática fecha.
O filme não tem grandes pretençõe – aliás, vale dizer que não é nada de especial, como se tem dito por aí – mas tem uma leveza e uma simplicidade deliciosa nos personagens. Parece que os veteranos Diane Keaton (também em Alguém Tem Que Ceder, O Pai da Noiva) e Morgan Freeman (também em Invictus) colocam a experiência pessoal no personagem – nem que seja a experiência da idade. Já está valendo e acaba sendo um filme bem gostoso de assistir.
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