PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO 2

Cartaz do filme PEQUENO DICIONÁRIO AMOROSO 2

Opinião

Dezoito anos depois, Luiza e Gabriel dão o ar da graça. O charme do casal biólogo-desajeitado-e -pacato e da arquiteta-fotógrafa-inquieta, que se conheceu no cemitério há 18 anos, ainda está lá. Mas já não são jovenzinhos, o casamento não foi pra frente em Pequeno Dicionário Amoroso de 1997, e agora eles voltam pra contar o que a vida aprontou com eles. Claro que lembra a trilogia de Richard Linklater (o mesmo de Boyhood, que filma a vida dos personagens em tempo real), que mostra três momentos do casal vivido pelo americano Ethan Hawke e pela francesa Julie Delpy: quando se conhecem na juventude em 1995 em Antes do Amanhecer, quando se reencontram em 2004 em Antes do Pôr-do-Sol, e quando nos mostram o que deu esse relacionamento em 2013, com Antes da Meia-Noite. Claro, lembrei na hora. Se você não viu, aproveite. É um prato cheio.

Quem mantém um relacionamento de longa data vai entender o que eu estou falando. Esses intervalos de tempo entre os filmes com os mesmos atores consegue mostrar não só o envelhecimento dos personagens, mas principalmente a passagem do tempo. O que é diferente. As relações vão se modificando também na vida dos diretores e roteiristas, as experiências vão se acumulando e os filmes refletem muito dos relacionamentos em geral, das problemáticas e desafios que se repetem. Inevitável a identificação, seja ela qual for.

Não preciso nem comentar sobre Andréa Beltrão e Daniel Dantas. São atores reais, gente real. O filme tem uma áurea de romantismo carioca gostosa, típica das comédias deste gênero, com um toque de linguagem – daí o “dicionário amoroso”, com suas palavras que vão narrando o andamento, ou não, dos relacionamentos. Pra quem não quiser entrar muito no mérito, nem “discutir a relação”, esta sequência é deliciosa, com os pitacos e palpites da cartomante-meia-boca Glória Pires, as pirações de juventude perdida, os desafios dos relacionamentos.

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