DURVAL DISCOS

Cartaz do filme DURVAL DISCOS
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Opinião

Mais parece um conto da vida cotidiana. Assim como É Proibido Fumar, também de Anna Muylaert, que conta no começo a história comum de uma professora de violão (Glória Pires), que por conta de uma decisão equivocada se mete em uma grande encrenca. Logo desconfiei que Durval Discos iria na mesma direção. Aquela rotina de Durval, um sujeito dono de uma loja de LPs, fã de MPB e fiel ao disco de vinil, e de sua mãe dominadora, não poderia ser o mote do filme.

De fato. Um acontecimento a princípio normal, evolui para algo estranho e, em seguida, para o absurdo. Anna Muylaert opta por elementos não só improváveis para reforçar a virada do ridículo-absurdo que a história dá. Interessante esse cinema brasileiro que surpreende por esse lado. Tem um viés duplo, um lado A e outro B, também presente em filmes como Reflexões de um LiquidificadorTrabalhar Cansa e Os Inquilinos. Chega até o elemento fantástico, para ter um desfecho que beira o realismo trágico.

Grande premiado em Gramado em 2002 e Recife, Durval Discos ainda tem o delicioso elemento musical. Canções brasileiras compõem a trila sonora, além de permearem o filme todo pela presença do próprio cenário da loja de vinil. Despretensioso, mas nem por isso menos inteligente; simples, mas nem por isso um roteiro menos amarrado. Para os amantes dos filmes brasileiras, recomendo!

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