O PLANO DE MAGGIE – Maggie’s Plan

Cartaz do filme O PLANO DE MAGGIE – Maggie’s Plan

Opinião

Filme independente é aquele produzido longe dos holofotes e grandes orçamentos dos importantes estúdios de Hollywood. Basicamente é isso, mas vai além. Fazendo um comentário sobre O Plano de Maggie, me peguei nessa sinuca. A explicação tem que ir além do eixo que inclui dinheiro, influência e estúdios famosos, porque é ela a alma desse perfil de produção. Essencialmente, é um filme que têm visão independente; que prima pela diversidade, inovação e ineditismo. E, sem o rabo preso, acabam trazendo pra tela um olhar único, muitas vezes cotidiano, singelo sem ser raso, que causa imediata simpatia e identificação. E atraindo novos talentos na direção e atuação que, é evidente, enriquecem com novas histórias e experiências de vida.

Dito isso, chegamos em O Plano de Maggie. É um exemplo perfeito: não tem nada de especial no enredo, conta uma história até bem improvável, mas faz rir, emociona, entretém e nos presenteia com um texto inteligente e um elenco de primeiríssima – que causa empatia imediata. Sou fã desse tipo de cinema – ele tem preocupações diferentes, muitas vezes falam de pessoas comuns, temas universais de relacionamento e conflitos existenciais e trazem uma outra estética. É quase uma paródia da vida-como-ela-é.

Se você viu Pequena Miss Sunshine, de Jonathan Dayton e Valerie Faris, entende o que eu estou falando. Nessa prateleira está também a trilogia Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol, Antes da Meia-Noite, de Richard Linklater; O Amor é Estranho, de Ira Sachs, Frances Ha e Enquanto Somos Jovens, de Noah Baumbach, ou À Procura do Amor (Enough Said), de Nicole Holofcener. Só pra citar alguns e já deixar bem claro qual é o clima de O Plano de Maggie.

Ethan Hawke, Julianne Moore e Grega Gerwig dominam a seguinte cena. Greta é Maggie, uma nova-iorquina resolvida, profissional respeitada, que vive tranquila aos 40 mas ainda quer ser mãe. Resolve fazer produção independente, mas acaba se apaixonando por um homem casado, que está com o casamento em crise e se separa da mulher controladora para ficar com Maggie. Tudo entra na rotina no novo, o trio tem que lidar com os todos os filhos, e Maggie acha por bem devolver o marido para a ex-mulher, Georgette. Parece comédia da vida privada – e, aqui, não se trata de investir na verossimilhança. Trata-se de de se deixar levar pela comédia e pelo drama, e pelas emoções tão universais que vão sendo pinceladas no decorrer da narrativa. Toda vez que vejo um filme assim, saio revigorada. É como se a alma criativa e genuína – sem que para isso precise ser chato! – tivesse uma porta aberta, escancarada para sair.

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