CINEMA PARADISO – Nuovo Cinema Paradiso

Cartaz do filme CINEMA PARADISO – Nuovo Cinema Paradiso

Opinião

Cinema Paradiso foi pensado para o lançamento do Cine Garimpo. Lá no começo do projeto, tinha na mente este filme como algo emblemático, como uma simbologia do que o cinema pode significar para alguém enquanto vivência, experiência pessoal e lembrança. Seria uma escolha forte para dar o pontapé inicial nesta ideia, que usa a sétima arte como fio condutor de tantos outros assuntos, debates, diversões, tristezas e alegrias da vida.

Com o pretexto de rever Cinema Paradiso na sua versão estendida (com 173 minutos e cenas inéditas), fui deixando o filme para depois, talvez esperando algum momento especial. Agora parece que achei a desculpa perfeita e ele entra no Cine Garimpo como o 200º filme do acervo. Uma homenagem ao cinema e a tudo que ele representa para todos que o apreciam, cada um à sua maneira.

Rever Cinema Paradiso  (vencedor do prêmio especial do júri em Cannes e do Oscar de melhor filme estrangeiro) me emocionou muito. A imagen de Salvatore (Salvatore Cascio, Marco Leonardi, Jacques Perrin – criança, adolescente e adulto, respectivamente), o garoto apaixonado por cinema na pequena cidade italiana de Giancaldo, que aprende a manusear o projetor ainda pequeno com o projetista Alfredo (Philippe Noiret), é inesquecível. É na pequena sala de projeção do cinema chamado Paradiso, onde todos os habitantes se reúnem e se entretêm, que Salvatore cresce, apaixona-se e escolhe uma profissão. É Alfredo que ensina tudo sobre o cinema do pós-guerra (estamos nos anos 50) e Salvatore se torna, realmente, um famoso cineasta. É para essa cidade que Salvatore volta depois de 30 anos, quando sabe da morte de Alfredo, para então rever tudo que deixou para trás.

O diretor Giuseppe Tornatore emociona pelo lado humano dos personagens, pela simplicidade do enredo, pela sensibilidade da direção, pela maravilhosa composição do maestro Ennio Morricone, pelos beijos proibidos do cinema, pela rotina da cidade, pela amizade entre o velho e o novo, pela volta às raízes. Emociona também pela capacidade do cinema de agregar, unir, causar polêmica e vibração – sensação que inevitavelmente transportei para a vida real.

Quero atestar que não desgosto da versão estendida. Mas confesso que ela faz revelações que preferia manter desconhecidas no meu imaginário. Acho que assim sobra um pouco de história para concluirmos por nós mesmos, um pouco de romance para criarmos expectativas e mais emoção. Mas conhecer essa nova versão não deixa de ser um pretexto maravilhoso para ver (ou rever) essa grande homenagem ao cinema e à vida. Uma obra-prima imperdível.

Segue abaixo do trailer a música Cinema Paradiso, de Ennio Marricone.

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