VICKY CRISTINA BARCELONA

Cartaz do filme VICKY CRISTINA BARCELONA

Opinião

Um narrador conta a história das férias de verão de Vicky, a morena certinha que planeja sua vida passo a passo, não admite desvios e sabe aonde quer chegar; da ousada Cristina, que não sabe o que quer, mas já sai na frente porque sabe o que não quer. Tudo temperado pela linda Barcelona, onde Juan Antonio e Maria Elena surgem para perturbar a previsibilidade de Vicky e para dar a Cristina o “diferente”, que ela sempre buscou.

O tom de Woody Allen é perfeito. Não banaliza a figura de mulherengo-encantador, perfeitamente encenada por Javier Bardem (também em Mar Adentro); consegue desconstruir com elegância a figura centrada e decidida de Vicky; não rotula Cristina de artista-que-quer-tudo-e-não-quer-nada e dá à bela e louca Penélope Cruz (também em Fatal e Abraços Partidos) o trono que ela merece. Tudo com muito charme, boa música, Barcelona turística e campestre de fundo e um toque inteligentíssimo de humor.

Vicky Cristina é um tributo aos sentimentos que não têm explicação. Ao equilíbrio que falta nas relações – como bem disse a intempestiva Maria Elena – e que não se põe em palavras; ao despropósito dos rótulos, que limitam a naturalidade dos comportamentos. É um tributo à irreverência. Imperdível!

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