UM SONHO DE AMOR – Io Sono l’Amore

Cartaz do filme UM SONHO DE AMOR – Io Sono l’Amore

Opinião

O porte e elegância de Emma (Tilda Swinton, também em Queime Depois de Ler) são arrebatadores neste lindo filme italiano. De origem russa, casa-se com um rico industrial de Milão, da tradicional família Recchi, fez três herdeiros, mas visivelmente não é feliz. Seu olhar é vago, distante, perdido na maravilhosa villa italiana, em que a riqueza de detalhes é de encher os olhos de qualquer um. Pobre menina rica – seria mais ou menos isso. O que não se restringe à mãe. Sua filha Elizabetta (a ótima Alba Rohrwacher, também em Que Mais Posso Querer) também não parece sentir-se à vontade, apesar do esforço em agradar o avô, patricarca e percursor de todo o prestígio e fortuna.

Construído esse universo aparentemente sólido e inabalável, elementos externos causam instabilidade, que vai crescendo, centrada na personagem de Emma, numa atuação espetacular. Lindo esteticamente, mas sobretudo um filme de desconstrução sutil, também elegante (se é que é possível) de personalidades mascaradas pela expectativa da sociedade, mas sem sua verdadeira alma. Em inglês, o título é fiel ao original em italiano: I am Love. Gosto mais, carrega o significado mais profundo da busca pelo amor próprio.

Indicado ao Oscar em 2011 na categoria de Melhor Figurino (perdeu para Alice no País das Maravilhas), Um Sonho de Amor é mais do que figurino. Tem belíssima fotografia, ótimo roteiro e poucos diálogos. O diretor abusa do silência, da trilha sonora e dos olhares – que dizem mais do que mil palavras.

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