UM ESTRANHO NO NINHO – One Flew over the Cuckoo’s Nest

Cartaz do filme UM ESTRANHO NO NINHO – One Flew over the Cuckoo’s Nest
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Opinião

Muitos são os filmes que retratam a maneira como os doentes mentais são, ou eram, tratados em manicômios, hospícios, sanatórios, hospitais psiquiátricos – ou como queria chamar esses centros que pretendem tratar pessoas que sofrem de algum distúrbio psiquiátrico. Para citar dois incríveis: Ilha do Medo, de Martin Scorsese, e Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky, que já estão no blog. A eles adiciono Um Estranho no Ninho, com Jack Nicholson (também em O Iluminado, Antes de Partir) no papel principal. Curioso notar que a maioria desses filmes trazem a dura realidade da incompreensão da alma humana, perturbada e sem o correto tratamento.

Vencedor do Oscar de melhor ator, atriz, diretor, roteiro, filme, portanto das cinco principais categorias, Um Estranho no Ninho teve a produção de Michael Douglas (seu pai, Kirk Douglas, comprou os direitos de adaptar para o cinema o livro homônimo) e direção de Milos Forman, que vai dirigir anos depois Hair e Amadeus. Quem conduz a trama é o anti-herói McMurphy, um sujeito que vive aprontando, é pego estuprando uma garota menor de idade e simula ser louco para não ir para a cadeia. Vai parar no sanatório, onde aparentemente todos os pacientes estão controlados e dentro dos conformes, sob o mando ferrenho da enfermeira-chefe Ratched (Louise Fletcher). Mac tira esse frágil e manipulado equilíbrio, negando-se a tomar os calmantes, alterando regras, perturbando a ordem do local e fazendo cair as máscaras do sistema psiquiátrico. O curioso e muito sensível é que Mac mostra que há manipulação dos dois lados, por parte do sistema e dos pacientes, que acham mais fácil ficar enclausurados do que viver em sociedade, enfrentando problemas, família, etc.

Jack Nicholson está espetacular, escolhido a dedo na sua ironia e petulância em quebrar as regras. Como qualquer ditadura, sobressai-se a lei do mais forte e as vozes são caladas. Literalmente, na figura do índio seu amigo. Melhor calar-se. Numa sutileza incrível no desfecho, o diretor dá mostras claras, mas não sem valorizar o humor e a amizade, da distorção das relações de poder e submissão. Vale a pena ver ou rever. Nem que seja só pelo final.

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