TUDO PELO PODER – The Ides of March

Cartaz do filme TUDO PELO PODER – The Ides of March

Opinião

George Clooney fecha 2011 e abre 2012. Terminamos o ano com o lançamento de Tudo pelo Poder e entramos em 2012 com Os Descendentes (estreia prometida para janeiro). No primeiro, Clooney é o governador democrata, que luta para vencer as primárias em Ohio e ser indicado pelo partido como candidato à  presidência dos Estados Unidos; no segundo, Clooney é uma pai confuso, que luta para se aproximar da filha depois que a esposa entra em coma. Enquanto o ator busca atingir seus objetivos, nós, do lado de cá da telona, somos presenteados neste fim de ano com uma obra irônica, inteligente, realista e absolutamente familiar do ponto de vista da política brasileira.

Comecemos pelo título. Originalmente Idos de Março (Ides of March), o título em inglês traz uma informação curiosa e cheia de significado, principalmente com relação à atitude, à maneira de fazer política, aos valores envolvidos. Na Roma Antiga, eram chamados “idos” os dias 15 dos meses de março, maio, julho e outubro. Especificamente os idos de março ficaram conhecidos porque foi nesse dia que o imperador Júlio Cesar foi assassinado por conspiradores. Não é coincidência – como diretor, George Clooney não daria ponto sem nó. Faz alusão às conspirações políticas para subir no poder, para atingir os objetivos eleitorais, para derrotar (ou tirar da frente) o adversário sem deixar rastros, para jogar o jogo da política. Com diálogos irônicos e diretos, digno de verdadeiros políticos-atores, e frases inteligentes, dignas de verdadeiros estrategistas, Tudo pelo Poder é uma leitura bastante objetiva e realista do que é fazer política. Pelo jeito, em qualquer lugar do mundo e em qualquer tempo.

Descubra por você mesmo os meandros, o jogo de interesse e quem é quem no filme. Mas tenha em mente esses personagens: Stephen Meyers (Ryan Gosling, também em Entre Segredos e Mentiras, Namorados para Sempre, Amor a Toda Prova) é o assessor de comunicação do governador Mike Morris (Clooney, também em Amor sem Escalas, Queime Depois de Ler, 11 Homens e um Segredo, Syriana – A indústria do Petróleo), cuja campanha é coordenada pelo experiente Paul Zara (Philip Seymour Hoffman). No mundo da política há muito tempo, Zara tem como rival o astuto Tom Dufy (Paul Giamatti, A Minha Versão do Amor, A Última Estação), coordenador da campanha do candidato republicano. Nesse meandro masculino de egos e vaidades, a jornalista Ida (Marisa Tomei, também em Cyrus, O Poder e a Lei) mostra quão ávida é a imprensa por fabricar notícia, e a jovem estagiária Molly (Evan Rachel Wood, também em Tudo Pode dar Certo, O Lutador), quão vulnerável e egoísta é o ser humano. Com elenco forte e imponente, Tudo Pelo Poder mexe descaradamente com o lado cínico da política e, claro, das pessoas. Joga um balde de água fria no que poderia restar de idealismo, dignidade, integridade. Melhor não subestimar seus ilustres participantes…

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