TRANSAMÉRICA – Transamerica

Cartaz do filme TRANSAMÉRICA – Transamerica

Opinião

Não foi de propósito que resolvi assistir a Transamérica (que não conhecia) e Meninos Não Choram (há tempos que conferir a atuação da atriz Hilary Swank, que levou o Oscar pelo papel). Foi mero e feliz acaso. Explico: ambos os filmes tratam do assunto delicado da transexualidade, só que de forma espelhada. Enquanto Transamérica conta a história de Stanley, um jovem transexual que aguarda ansiosamente que sua cirurgia de troca de sexo seja aprovada pela assistência social, para que possa ser definitivamente uma mulher, em Meninos Não Choram é o oposto. Aqui, Brandon Teena (Hilary Swank) quer ser homem, sofre com o transtorno de identidade de gênero, assim como a garota de Tomboy.

Nos dois casos, além da problemática em si, vale a pena prestar atenção na atuação das atrizes. Em Transamérica, Felicity Huffman (também em Magnólia) faz o papel de homem, parece mesmo uma mulher transexual. Adota uma postura masculina, trejeitos próprios de quem não está acostumado com roupas, andares, olhares femininos. Impressionante e praticamente irreconhecível. (Nesse quisito, vale ver também Albert Nobbs, em que Gleen Close também está impecável.) Praticamente nas vésperas de conseguir fazer a cirurgia, que precisa da aprovação da terapeuta da assistência social que acompanha o caso, Stanley/Bree recebe a notícia de que tem um filho e de que ele está preso na cadeia de Nova York. Bree paga sua fiança e tenta se livrar do garoto, sem contar que é seu pai. Claro que nem tudo sai como esperado e eles embarcam em uma viagem pelos Estados Unidos, protagonizando um curioso road movie.

Com cenas engraçadas e interessantes, Transamérica toca na questão do preconceito contra transexuais, nas peculiaridades da cirurgia e na difícil aceitação social. O próprio nome do filme já dá o tom humorado que o filme tem e brinca com isso, sem ridicularizar. Pelo contrário, traz à tona a questão sem que seja forçado, nem vulgar.

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