STELLA

Cartaz do filme STELLA

Opinião

Os tempos mudam, mas a chegada da adolescência continua sendo, e sempre será, uma questão delicada. Mudança no corpo, hormônios em funcionamento, alteração no humor, descoberta da sexualidade e muitas outras sensações que vivemos e vivenciamos agora com os filhos. Mas quando terminou Stella, fiquei pensando na grande dificuldade que é lidar com a descoberta de si mesmo, encontrar um lugar ao sol nos grupinhos da escola, sentir-se parte do todo. A velha questão “quem sou eu?”, que começa a surgir cada vez mais cedo, e a aceitação de uma personalidade diferente da maioria nunca é uma tarefa fácil – ainda mais nessa fase.

Stella deixa uma série de reflexões no ar, muitas feitas por ela mesma através da percepção da realidade em que vive. Ela própria narra a sua história, percebe-se diferente e faz esforço para se adaptar. Achei muito interessante a sua busca. É como se Stella soubesse, inconscientemente, que está à procura de algo que a interesse (surge aqui a literatura), para que a vida tenha um propósito e ela consiga entrar de fato no mundo próprio da idade. Isso porque leva uma vida diferente das outras meninas, mora no andar em cima do bar dos pais e, portanto, frequenta um ambiente adulto e totalmente inadequado.

Se acompanhada passo a passo a adolescência já não é uma tarefa fácil, imagine na situação de crianças como Stella, em que os pais não assumem a responsabilidade da educação e o vínculo do amor, deixando para o próprio filho a tomada de decisões. Com questões diferentes, Stella lembra filmes como O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias e Valentin, em que crianças tomam o pé da vida logo cedo e transmitem os medos e as vivências que vão influenciar suas vidas para sempre.

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