SHIRLEY VALENTINE

Cartaz do filme SHIRLEY VALENTINE
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Opinião

Shirley Valentine tem 42 anos! Fiquei chocada. A minha idade. Quando assisti pela primeira vez, eu devia estar na casa dos 20 e sua realidade parecia algo muito, mas muito longínquo. Engraçado ver por essa perspectiva, do tempo que passa e de como cada personagem nos conta uma história dependendo da época. Mas o que importa é que o filme Shirley Valentine está na mesma prateleira de Bagdad Café – aqueles filmes que dizem, de uma maneira simples e sensível, uma história trivial: donas de casa aos 40, já sem filhos em casa, questionam o que fizeram com a vida, onde está a paixão da época do casamento e a sua identidade. Deslocar-se do lugar comum ajuda nessa procura: uma vai para a Grécia, a outra, para um decadente café na beira de uma estrada deserta.

Embora de maneiras completamente diferentes, lidam com a mesma questão. Bagdad Café, de uma maneira mais poética, musical, quase improvável; Shirley Valentine (Pauline Collins, também em Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, Albert Nobbs) é mais teatral.Ela fala com a câmera, como se falasse conosco, quase num exame de consciência. E não apresenta final, deixa em aberto, para cada um se encaixar, ou não, como bem entender.

Resumo da ópera: tenha você 42 ou não, Shirley é o emblema da dona de casa inglesa (e de muitos outros países), que perdeu a identidade durante um casamento acomodado. Não sem humor e graça. Delicioso, feminino, mas não feminista. Assim como Bagdá Café. Doce. Reconciliador.

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