RAY

Cartaz do filme RAY

Opinião

Posso apontar várias razões pelas quais vale a pena assistir – ou rever – Ray. A começar pelo óbvio: quem gosta das músicas que eternizaram a voz e o estilo de Ray Charles vai se deliciar. Jamie Foxx (também em Quero Matar Meu Chefe, O Solista), vencedor do Oscar de melhor ator pelo papel, canta e interpreta com perfeição Georgia on My Mind, I’ve Got a Woman, Hit the Road Jack, Unchain My Heart, I can’t Stop Loving You, entre outras, com direito aos trejeitos do verdadeiro Ray.

Num segundo momento, mas não menos importante se você for como eu e gostar quando o cinema faz o retrato de uma época, Ray relata a vida do cantor, músico e compositor desde sua infância pobre em Georgia, a relação forte com a mãe, o sentimento de culpa pela morte do irmão, passando pela influência de Nat King Cole, mostrando seu estilo próprio no soul, gospel, jazz e R&B, viciando-se em heroína e em mulheres, lutando contra a segregação racial nos anos 50 e 60, até seu estrelado internacional. O filme mostra também sua trajetória pelas gravadoras, pelo racismo daquela época e pelas dificuldades por que passava por ser cego.

Belo e extremamente musical – não poderia ser diferente – é certamente um filme-homenagem. Há quem diga que quando Hollywood faz biografias é porque está sem ideias novas, sem criatividade. Ora, só pode ser intriga da oposição. A vida de Ray Charles é sim digna de um bom filme, com seus elementos fictícios e controversos, é verdade, mas nem por isso menos merecedor de todo respeito. Gostei do que revi, recomendo para quem ainda não viu. Faz bem para os ouvidos, tem uma produção muito cuidadosa e é uma história de vida no mínimo muito interessante.

 

 

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