POESIA – Shi

Cartaz do filme POESIA – Shi
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Opinião

Este filme sul-coreano venceu o prêmio de melhor roteiro em Cannes em 2010, mas teria sido melhor se Yoon Jeong-hee tivesse sido premiada (perdeu para Juliette Binoche, de Cópia Fiel). Isso por que Poesia é essencialmente o trabalho incrível da atriz no papel duplo de avó responsável pelo neto e de senhora que procura a poesia para se ocupar e ver o mundo por outro prisma.

Não acho que Poesia agrade a todos. É um filme seleto, direcionado a quem aprecia esse tipo de sutileza poética. Além disso, lembre-se de que se trata de um filme sul-coreano, portanto com timing mais lento e contemplativo. A avó Mija passa basicamente por duas dificuldades na vida neste momento e, de cada um delas, tenta tirar um verso, uma emoção, um olhar: além de sofrer com a postura indiferente e abusiva do neto adolescente, tem que lidar com o seu esquecimento das palavras e início de uma doença. A poesia é uma maneira não só de se distrair, mas de trabalhar suas visões de mundo. Dessa observação, Mija percebe que ela nem sempre é beleza e suavidade, que existe onde existem emoções, sensações e vivências. E essa descoberta é o ponto mais bonito do filme – e a mensagem também fica clara para o espectador.

Mija descobre que a poesia está na postura totalmente equivocada do neto e de seus amigos, nos suicídios dos adolescentes, na maneira destorcida dos pais educarem seus filhos, na sua busca constante por uma explicação, ou na observação de uma simples maçã. Até do jogo de badmington ela parece tirar um verso e, se você reparar bem, há ali um poema amargo. Ela se empenha, enquanto o neto é displicente. Poema amargo, mas poema. E o mais poético é que nem mesmo a saída do neto do jogo faz com que ela desista de escrever.

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