PARAÍSO – Paraiso

Cartaz do filme PARAÍSO – Paraiso

Opinião

Se você estiver em um dia mais sensível, vai até se emocionar. Paraíso, da mexicana Mariana Chenillo, toca num ponto importante e que pauta grande parte das nossas ações hoje em dia: o valor da imagem em detrimento ao valor das pessoas. Acreditar que o que importa é a beleza interna é remar contra a maré e a diretora encontra uma maneira divertida e sensível de contar essa história.

Também vai interessar aos que curtem gastronomia. É verdade que os dois protagonistas – muito bem escolhidos, por sinal – se entopem de sorvete e porcarias e por isso estão acima do peso. Mas o mote culinária vai permear também o enredo mais pra frente e dar um toque muito charmoso à trajetória da gordinha Carmen, casada com o gordinho Alfredo, que são apaixonados e nutrem, um pelo outro, uma admiração de causar inveja em qualquer casal mais magrinho, mas menos entrosado. Moram numa cidade pequena do México e vivem felizes da vida. Até que ele é transferido para a capital, passa a ter contato com pessoas bem vestidas, magras, elegantes e sofrer com o preconceito. Ela se sente deslocada, quer fazer regime (apesar de já ter tentado de tudo) e ele entra na onda para acompanhá-la.

O que se segue é uma inversão de comportamento. Até que Carmen tenha sua auto-estima recuperada, vai ficar difícil aceitar as coisas como elas são. É claro que os clichês surgem de situações que se repetem e são universais. Dizer que  a felicidade vem de dentro é o maior deles, mas é a pura verdade. Carmen e Alfredo são prova disso, com um tempero todo especial de simplicidade e total despretensão da diretora – o que cai muito bem para o tema.

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