O ÚLTIMO ELVIS – El último Elvis

Cartaz do filme O ÚLTIMO ELVIS – El último Elvis

Opinião

De fato, Elvis não morreu. Ao acabar a cabine de imprensa deste filme argentino, parte da seleção oficial do Sundance Festival, o projetista revelou que frequenta, sempre que pode, os encontros do fã clube de Elvis Presley. Que sabe cada uma das letras, que não se cansa de ouvir e tudo mais que compete a um fã de verdade. Mas quem é que se cansa?

Armando Bo, roteirista de Biutiful, acerta em cheio no tom, inspirado não só no ídolo, mas imagino que também no tema polêmico e bastante comum da difícil tarefa de lidar com fama, dinheiro, assédio e tudo mais que vem junto e é capaz de desestruturar completamente até o rei do rock. O Último Elvis tem música muito boa e muita sensibilidade, sem que para isso tenha que ser piegas.

Mais do que se parecer com Elvis, Carlos Gutiérrez canta como ele. Para ganhar um dinheiro extra, o operário apresenta-se em bares e casas de show de terceira linha com cover do cantor. Embora deixe claro que essa é a sua grande paixão na vida, parece que faltaram oportunidades para exercer a profissão de verdade. Vivendo longe da filha e recém separado da esposa, trasnforma-se em Elvis parece ser sua única válvula de escape de uma vida simples, mas principalmente pobre de espírito.

Até que, por conjunturas da vida, precisa reestruturar sua relação com a filha e reavaliar suas escolhas. Quem é ele, afinal? Elvis? Carlos? Assumir de tal forma a personalidade do cantor o transforma em alguém incompleto, sempre em conflito, sempre na dúvida? Além de ser sempre um prazer ouvir canções tão marcantes, O Último Elvis tem muito do jeito argentino de fazer cinema. É simples, sem ser simplório; mas sobretudo humano.

Nos cinemas: 29 de março

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