O QUEBRA-CABEÇA – Puzzle

Cartaz do filme O QUEBRA-CABEÇA – Puzzle

Opinião

Agnes leva uma vida comum, cuida da família e da casa há anos, garante que tudo saia como planejado. Um belo dia ganha um quebra-cabeça de aniversário, acha mais interessante do que o iPhone, também um presente, e descobre que a sua vida precisa de uma nova dinâmica pra continuar funcionando.

O Quebra-Cabeça não tem novidades no quesito enredo – muitos outros filmes falam dessa mulher mãe e dona de casa, que tem a mesma rotina há anos e de repente se dá conta que abre mão de tudo e precisa olhar, finalmente, para si. O mais interessante aqui é o quebra-cabeça como ferramenta – e simbologia – da mudança de pensamento. É como diz o excêntrico inventor Robert (Irrfan Khan, também em Quem Quer Ser Um Milionário): montar quebra-cabeças é uma maneira de sair do caos da vida, concentrar-se nos pequenos detalhes, organizá-los e ver o todo finalmente montado. Metáfora da vida de quem encontra razão para juntar suas próprias peças.

Protagonista também de The Lunchbox, Irrfan Khan faz de novo um filme em que seu personagem tira (sem perceber) essa mulher do lugar comum, dando espaço para uma nova percepção da realidade – só que o objeto naquele filme de 2013 é a marmita e a transformação dos personagens é muito mais convincente. Aqui, passa mais no raso, sugere o inevitável, mas falta alma. Embora a figura do quebra-cabeça enquanto quebra de paradigma seja, realmente, sensacional.

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