O PRIMEIRO HOMEM – First Man

Cartaz do filme O PRIMEIRO HOMEM – First Man

Opinião

Por Suzana Vidigal, de Veneza

Começou ontem o 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza e o filme escolhido pra abrir este que é o festival mais antigo do mundo – sim, Veneza está na sua 75ª edição –, foi O Primeiro Homem (First Man). Damien Chazelle, diretor do filme, trabalha rápido. É dele Whiplash: Em Busca da Perfeição, que ele escreve e dirige em 2014, e La La Land, idem em 2016. Com Ryan Gosling e Claire Foy (a rainha Elizabeth da série The Crown), O Primeiro Homem conta a trajetória de Neil Armstrong, o astronauta que foi o pioneiro na Lua em 1969. É um retrato humano do sujeito que disse que aquela era um “pequeno passo para um homem, mas enorme para a humanidade”. Ou algo assim. Depois de muito dinheiro gasto e vidas perdidas, Armstrong anda na Lua e a NASA consegue superar essa corrida espacial contra a URSS.

Interessante como construção de uma época. Passa pela política, pelos protestos contra essa corrida espacial – num momento em que os Estados Unidos, e o mundo, viviam uma ebulição política e social forte. Funciona bem como filme didático pra esse período, com uma direção de arte que mostra bem o que consumíamos, quem éramos, como nos comportávamos.

Tem seu lado sensível sim – e é aqui que Chazelle quer tocar. Baseado em livro sobre o astronauta, a ideia é falar do homem que andou na Lua e como ele via o mundo naquele momento. Vai narrando em cronologia sua vida, desde 1961. Mas o mais bacana do filme é, sem dúvida, a trilha sonora e a edição de som. Do barulho ensurdecedor do lançamento da nave ao silêncio absoluto do espaço (algo que lembra Gravidade, de Alfonso Cuarón, também por aqui no festival), ele imprime sua marca dessa intensidade, tão marcante no filme sobre aluno e professor de bateria. Mas dá vontade de vê-lo de novo em um filme mais autoral – talentoso, jovem e em franca produção, Chazelle é um expoente. Mas O Primeiro Homem fica em Veneza como marca da abertura, como filme mais palatável e de grandes bilheterias – sim, Gosling é chamariz natural, basta ver o frenesi do tapete vermelho por aqui (!). Whiplash e sua tão surpreendente superação ainda é imbatível.

 

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