O ORGULHO – Le Brio

Cartaz do filme O ORGULHO – Le Brio

Opinião

A verdade é que a verdade não importa; o que importa é ter razão. Esta é a premissa de O Orgulho, que constrói a narrativa ancorada no ensinamento da argumentação. A força das palavras e o poder da articulação das ideias é das mais valiosas estratégias.

Neila Salah (Camélia Jordana) é caloura na faculdade de Direito de Paris, chega atrasada na primeira aula do ano e é humilhada pelo professor. Neila é descendente de árabes, cresceu na periferia e sofre, já de cara, com a falta de educação do professor radical, grosso e preconceituoso Pierre Mazard (Daniel Auteuil, também em As Confissões e Antes do Inverno). Ele é repreendido pela universidade pela falta de ética e, como bom estrategista, monta um esquema para ficar bem na fita, treinando Neila para um concurso de oratória. Auteuil é viceral; Camélia Jordana, uma jovem atriz destemida e talentosa.

O Orgulho fala dessa batalha racional, da escolha de palavras, do alinhamento de raciocínio capaz de justificar até o injustificável – se bem embasado, claro, o que nem sempre quer dizer “verdadeiro”. Mas fala também de outro, que fica subliminar, mas é decisivo: da inteligência emocional, que pesa ainda mais do que a racional. Não tem argumento que se sustente no descontrole da emoção. E é daí que vem o poder de decisão e atitude. Círculo virtuoso, algo assim. Quem entre pra contrabalançar a luta de egos é Munir, também imigrante, por quem Neila é apaixonada, mas que não entende nada desse babado de filosofia, pensadores e técnicas de oratória. Age com a emoção inteligente. É aqui que o filme tem o contraponto e fica mais interessante.

 

 

Trailers

Comentários