O INSULTO – L’Insulte

Cartaz do filme O INSULTO – L’Insulte

Opinião

Impressionante do que um insulto é capaz. A palavra é forte; a consequência, ainda mais nefasta. Traz das entranhas as mais doloridas lembranças. Tony é cristão libanês, mora num apartamento com a mulher e sempre rega as plantas da varanda; Yasser é refugiado palestino, trabalha na construção civil e está fazendo uma obra em frente ao prédio de Tony. O cristão rega as plantas, sua varanda não tem calha, a água cai e molha Yasser. Faísca acesa, insultos detonados e o caso vai parar nos tribunais.

Estamos em Beirute – mas poderia ser em qualquer lugar, até dentro de casa. Um processa o outro, que se defende, que incita a opinião pública num caso que traz à tona as tão enraizadas rivalidades do Oriente Médio. Árabes e cristãos lavando roupa suja e fazendo escolhas do que fazer com o sentimento de rancor guardado no peito.

O Insulto tem esse nome porque parte do princípio simples da ofensa – que é o que detona grandes conflitos. Kamel el Basha (melhor ator em Veneza) e Adel Karam (também em E Agora, Aonde Vamos?) levam o drama pro lugar do conflito mais importante, que é o interno – o microcosmos da questão religiosa e territorial do Oriente Médio: provocações, mal-entendidos e orgulho ferido. Reflexão importante. Fundamental e coringa – serve pra tudo.

 

Concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2018.

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