O GRUPO BAADER-MEINHOF – Der Baader Meinhof Komplex

Cartaz do filme O GRUPO BAADER-MEINHOF – Der Baader Meinhof Komplex

Opinião

Muitos se lembram do grupo terrorista Baader-Meinhof. Formado por jovens alemães, permeou uma época em que o mundo fervia com guerras, protestos, contestações, assassinatos e bombas. E é justamente isso que mais gostei no filme: a retomada do panorama do fim do anos 60 e da década de 70. Muitos dos conflitos de hoje ainda têm suas raízes nessa época e nunca acho demais repassar os acontecimentos. Acho, inclusive, que ajuda a entender o nosso mundo e a não repetir os mesmos erros.

Esse é justamente um dos argumentos dos integrantes do grupo: não repetir o mesmo erro da geração de seus pais, a “geração Auschwitz”, que viu Hitler ganhar a Europa e não fez nada para impedir. Eles querem dizer a que vieram e se espelham numa conjuntura mundial. E não é modo de dizer. Embora a ação do grupo Baader-Meinhof tenha sua origem na Alemanha, é influenciada por fatos dispersos mundo afora: é a época da Guerra do Vietnã, dos protestos contra a postura imperialista dos americanos, dos movimentos estudantis na Europa, dos guerrilheiros nas Américas na figura de Che, do ataque à delegação israelense nas Olimpíadas de Munique de 1972, do treinamento das milícias terroristas no Oriente Médio. É nesse clima que os estudantes de esquerda criam a RAF, Facção Exército Vermelho, em 1967. As duas peças-chave são Andreas Baader (Moritz Bleibtreu), responsável pelos ataques terroristas, e a jornalista Ulrike Meinhof (Martina Gedeck), responsável pela idealização do movimento. Prática e teoria juntos- estava armado o cerco aos capitalistas.

Se há romantização da figura do guerrilheiro-terrorista? Pode ser, mesmo porque não se trata de um documentário. Mas o mais importante é a reflexão do que é teoria, idealização de um movimento, confrontação, e do que é a prática, o possível e o viável dentro das possibilidades da condição humana. Violência pela violência pelo jeito não resolve muita coisa. Vide o mundo de hoje.

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