O FILHO DA NOIVA – El Hijo de la Novia

Cartaz do filme O FILHO DA NOIVA – El Hijo de la Novia

Opinião

Ricardo Darín se tornou a grife do cinema argentino. Não que o ator seja imprescindível – mesmo porque nossos vizinhos sabem filmar dramas humanos de uma maneira muito particular. Vide Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Digital (em cartaz), Um Homem ao LadoFamília RodanteLeoneraValentinElsa & Fred – Um Amor de PaixãoDois Irmãos, e tantos outros. Mas quando Darín é o cabeça do elenco, já é o chamariz que a gente precisa para ir conferir. Assim é em Um Conto Chinês AbutresO Segredo dos Seus Olhos e O Filho da Noiva.

Aqui, Darín é dono de um restaurante herdado do pai, que vai mal das pernas. Seus relacionamentos são superficiais, mantidos em meio aos telefonemas dos credores, aos problemas com fornecedores, às brigas com a ex-mulher. Mal vê a filha, é indiferente com a namorada, distante do pai e ainda sente mágoa da mãe, que agora já não consegue se lembrar de mais nada por causa do Alzheimer. Em meio à correria, a vida passa e seu pai continua sonhando em se casar na igreja com a mãe, para realizar um velho sonho. Só um infarto faz com que Rafael (Darín) repense sua vida, reestruture suas relações e priorize aqueles que ama.

Vendo assim, não parece nada de mais, nem nada de original. Mas tenho que dizer que o diretor Juan José Campanella (o mesmo de O Segredo dos Seus Olhos) filma com olhar humano e fraterno, com graça e humor. O Filho da Noiva é um encanto, emociona e trata das mais difíceis relações humanas. Fala de perdão, de se conhecer para conhecer o outro, de se doar. Merece ser visto. Ouvi outro dia que precisamos nos desarmar para assistir a filmes argentinos. É verdade, porque eles, por si só, já vêm recheados de significado.

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