O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN – Amélie: Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain

Cartaz do filme O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE POULAIN – Amélie: Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain

Opinião

Estava devendo este filme há muito tempo. Toda vez que Andrey Tautou aparece em alguma produção nova me dou conta que ainda não parei para rever e escrever sobre Amélie Poulain. Foi assim com A Delicadeza do Amor, Uma Doce Mentira, Coco Antes de Chanel, Bonecas Russas, Albergue Espanhol e também na sugestão que fiz de filmes francesas. Alguns leitores lembraram, com razão, deste filme que não poderia faltar. 

Agora vai, deliciosamente revisto. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é uma linda fábula sobre uma menina tolhida e controlada pela neurose dos pais, que cresce sem contato com outras crianças e vira uma adulta solitária, com dificuldade de se relacionar com as pessoas. Até que um fato totalmente isolado e sem qualquer relação com a sua vida particular e ordinária muda sua visão de mundo. Ao saber da morte da princesa Diana, deixa cair uma peça da mão, que rola no chão e bate exatamente em um lugar do rodapé que estava solto, para então revelar que havia uma caixa com brinquedos antigos escondida em um buraco na parede. Amélie resolve ir atrás da pessoa que morava lá na década de 50, naquela época uma criança, para entregar-lhe a caixa. Com seus vizinhos, faz o mesmo. De intensa observadora que sempre foi, passa a agir, fazer justiça e tentar mudar o destino das pessoas. Para melhor. É a salvadora da pátria, veste-se até de zorro.

Até que o seu também é mudado quando encontra um álbum de fotos instantâneas no chão. Num jogo de esconde-esconde consigo mesma, Amélie mostra toda a sua delicadeza, bondade e dificuldade de ser ela mesma. Assim como MicMacs – Um Plano Complicado, do mesmo diretor, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain tem um narrador, uma câmera que compõe as imagens de forma fragmentada, como uma história didática, que merecesse e precisasse de explicações. Com isso, a gente se sente cúmplice da fábula que é Amélie e da inocência que tem o seu comportamento diante da vida. O destino de Amélie é fabuloso porque ela é a agente transformadora do destino de outros tantos ao seu redor. Delicioso de ver, o filme se encaixa mais naqueles que retratam o nosso imaginário, e não a realidade. A linguagem do diretor Jean-Pierre Jeunet é sábia nesse ponto. Aproxima o sentimento da realidade, afasta a estética do nu e cru. O filme ganha leveza, graça e fantasia.

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