NUMA ESCOLA DE HAVANA – Conducta

Cartaz do filme NUMA ESCOLA DE HAVANA – Conducta
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Opinião

O que é que tem mais voz ativa dentro de uma escola: as regras, processos e normas ou o afeto e a solidariedade? O que conta mais: seguir o protocolo, mesmo percebendo que ele prejudica o aluno, as relações entre as pessoas envolvidas no processo educacional, e não resolve o problema,  ou pensar fora da caixa, abraçar a causa e criar uma oportunidade de revisão dos conceitos pré-estabelecidos? Em que lugar a flexibilidade se encontra com a rigidez, quando o objeto de decisão é a vida de uma criança? Faz sentido existir esse lugar, ou o pensamento deveria eliminar os extremos e seguir o caminho do meio?

Juro que não sei e essas são só algumas das perguntas que me vieram à mente quando assisti a Numa Escola de Havana. Em espanhol, o título original é Conducta. Superpertinente. O termo está ligada não só ao comportamento propriamente dito, mas à atitude que uma pessoa é capaz de ter diante de uma situação de conflito. E daí, para quem gosta de brincar com palavras, fiz o exercício de elencar várias delas relacionadas: comprometimento, ética, determinação, liderança, ousadia, valores. E o assunto daria muito pano pra manga, muita reflexão sobre educação, miopia social, preconceito, fraternidade.

Basicamente, como o título brasileiro diz, o cenário é uma escola em Havana, em quem os professores têm que lidar com uma série de adversidades: imigrantes ilegais sem documentação, alunos que faltam demais, famílias desestruturadas, falta de verba e tudo mais que também temos por aqui. Quem brilha no meio de tanta dificuldade é a professora Carmela (Aline Rodriguez), que acredita no seu papel como educadora, na sua capacidade não só de ensinar, mas de transformar e transmitir afeto. Do outro lado está seu querido aluno Chala, de 11 anos, que tem que lidar com a falta de dinheiro e com a mãe drogada, com o trabalho violento para ajudar a pagar as contas, com a ausência da figura paterna, mas que ainda encontra alegria para apaixonar-se. Entre Carmela e Chala há um abismo, assim como há um abismo entre as autoridades e a sociedade.

Numa Escola de Havana remete ao francês Entre os Muros da Escola: fala da sala de aula como microcosmos, mas é muito mais amplo, muito mais abrangente e muito mais profundo. Depois de escrever, confesso que aumentou ainda mais minha lista de perguntas e indagações. Conducta, superpremiado mundo afora, é uma ferramenta valiosa para qualquer um: pais, adolescentes, educadores, autoridades. Afinal, está todo mundo no mesmo barco.

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