Opinião

Jane Fonda e Robert Redford dispensam apresentações, mas vale lembrar que eles têm 80 anos de idade, trabalham a todo o vapor e trazem pra tela neste filme o retrato de um relacionamento maduro e honesto, e por isso muito, muito amoroso. Dá pra sentir o afeto no olhar. Vindo de dois mestres, eu terminei acreditando piamente que aquilo era verdade.

Gosto mais do título original de Nossas Noites. Em inglês, fala de “nossas almas à noite” – o que é mais bonito porque traz esse encontro de almas que o filme mostra. Eddie e Louis são viúvos, vizinhos há décadas, mas pouco se conhecem. Cansada da solidão, Eddie tem a brilhante ideia de convidar Louis para dormir com ela. Sem sexo, só companhia pra conversar. Conversa gera intimidade, que gera confissões, que ajudam a curar as feridas do passado e seguir juntos. Lindo, com pitadas de humor e uma suavidade ímpar.

Quem dirige é Ritesh Batra, do também super sensível The Lunchbox – sobre as marmitas indianas e os relacionamentos que acontecem a partir da estratégia de entregas sofisticada que acontece por lá. Batra é fera nesse retrato corriqueiro dos relacionamentos comuns. Faz com maestria!