NOÉ – NOAH

Cartaz do filme NOÉ – NOAH

Opinião

Todos nós conhecemos o personagem bíblico Noé, que faz parte do nosso imaginário popular. Inclusive, Noé é sempre pintado como benfeitor, por ter resgatado todas as espécies animais, quando Deus, furioso, ordenou que chovesse 40 dias e 40 noites sobre a terra, destruindo a raça humana. O que a gente esquece é que debaixo d’água também ficaram pessoas inocentes, realidade que faz Noé enlouquecer.

Na versão do diretor Darren Aronofsky, também de Cisne Negro, Noé (Russell Crowe) é sim um homem bom. Vive recluso com a família, fugindo dos humanos malvados que destruíram a terra e seus recursos naturais. Noé ouve o chamado de Deus, constrói a arca e embarca nela com sua família.

O que vem depois, a gente já sabe. Cá estamos nós, destruímos tudo de novo. Mas isso não vem ao caso. Nesta mega produção, Aronofsky é didático para quem esqueceu a história, fala de Adão e Eva, do fruto proibido, dos seus descendentes e faz um filme bem popular, cheio de efeitos digitais. Ou seja, tem mais cara de uma aventura ficcional, do que de épico religioso. O que também é válido, mas vá sabendo disso e não espere que a fidelidade ao contexto bíblico seja o mais importante.

Tive a impressão de que, na tentativa de tornar o filme um campeão de bilheteria, o diretor se permitiu várias licenças poéticas e criou conflitos humanos entre pai e filho, marido e esposa. Humanizou o filme, explorando as personagens de Jennifer Connelly e Emma Watson. Noé entra em crise, de homem bondoso passa a ser extremista, acha-se no direito de bancar Deus, a ponto de comprometer seus descendentes. Isso não está na Bíblia. Portanto, tenha em mente que o céu é o limite na criatividade, o que seria suficiente para os países muçulmanos que baniram sua exibição, porque não aceitam representação de profetas na arte, não se preocupassem tanto assim com o filme.

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