NA PRÓPRIA PELE – Sulla Mia Pelle

Cartaz do filme NA PRÓPRIA PELE – Sulla Mia Pelle

Opinião

Por Suzana Vidigal

Apresentado em Veneza em 2018 com certo barulho pela intensidade das cenas, Na Própria Pele toca na ferida da injustiça dos sistemas carcerários – e na violência que anda de mãos dadas com o abuso de poder. A história real de Stefano Cucchi, que foi preso em 2009 por porte de drogas e é encontrado morto na prisão depois de uma semana, fala direto com o Brasil e tantos outros países onde as mortes “misteriosas” fazem parte da história recente. Por isso – e pela dramaticidade realista – é tão impactante.

Stefano (Alessandro Brogui) tinha 30 anos, era dependente de drogas e já tinha passado por reabilitação algumas vezes. Pra família, alega ter mudado; mas a dependência continua, assim como tráfico de drogas. Numa abordagem bem seca, vemos uma família cansada de tantas incertezas e destruição, que dá suporte mas já está no limite, e um adulto sem perspectiva de mudança. Ao ser preso, policiais à paisana o agridem, e o medo da represália ou da pena mais severa fazem com que Stefano não os denuncie. A consequência são ferimentos internos que levam à morte.

Além do sofrimento físico severo e da visível (e impressionante) transformação do personagem à medida que seu estado de saúde se agrava, Na Própria Pele trás essa sensação da tortura psicológica, do sentir na própria pele – tanto ele, quanto a família – o teor da injustiça e da violência policial.

 

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