MOMMY

Cartaz do filme MOMMY
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Opinião

Difícil dizer o que mais me impressiona em Mommy. O filme é forte, os personagens todos têm uma personalidade ímpar, a relação mãe e filho é visceral e a verdadeira amizade é a eterna tábua de salvação para todos os males. Por tudo isso – e por cada um desses itens separados – este filme vale seu ingresso. Mas nada disso seria retratado desta maneira se não tivesse o olhar do diretor canadense Xavier Dolan. E, pensando bem, acho que isto é que me impressiona mais: de 2009 pra cá, Dolan já roteirizou e dirigiu filmes marcantes e premiadíssimos como Eu Matei a Minha Mãe, Amores Imaginários e Lawrence Anyways. Todos eles carregam tamanha sensibilidade sobre os relacionamentos, quantidade que não cabe nos seus meros 25 anos.

Ainda preciso completar meus comentários no Cine Garimpo sobre essas produções anteriores, mas posso afirmar que Mommy é a melhor delas. Tem a força dramática, implacável e destrutiva dos relacionamentos também brilhantemente construídos em O Garoto da Bicicleta, obra dos irmãos Dardenne. De temperamentos que não combinam, de vidas que se autodestroem, ao mesmo tempo em que dependem, uma da outra, para continuar caminhando.

Die é viúva, cria sozinha Steve, seu filho que sofre de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), o que faz sua vida ser um mar de instabilidades e agressões. Ou seja, o adolescente de 17 anos oscila entre o amor e o ódio, entre o afeto e a violência num piscar de olhos, numa palavra mal colocada, num gesto mal interpretado. Quando sai de um centro de reabilitação, Die precisa se adaptar novamente à convivência com o filho, encontrar trabalho para sustentá-lo e equilibrar-se emocionalmente. No meio desse furacão, a tímida e solitária vizinha Kyla surge como se fosse resgatá-los do meio da tormenta e surge dali uma amizade tanto imprevisível, quanto emocionante.

Mommy deixa qualquer mãe sensibilizada. Eu fiquei. Claro, a gente quer acertar, é capaz de dar a vida pelo filho, mas não consegue de resolver todos os problemas. É amor incondicional, mas não somos onipotentes. De mãos dadas com esse sentimento maternal e instintivo, criamos vínculos de amor sem laços de sangue, que são capazes de nos tirar do limbo e resgatar a alegria de viver. Mommy é sobre esses dois sentimentos. Bravo, Xavier, tomara que você esteja na seleta lista dos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro, já que este foi o filme escolhido pelo Canadá! Quanta profundidade em apenas 25 anos. Bravo!

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