MINHAS MÃES E MEU PAI – The Kids Are All Right

Cartaz do filme MINHAS MÃES E MEU PAI – The Kids Are All Right

Opinião

Definitivamente os formatos familiares estão mudando. Aquele padrão tradicional já se mistura a novas constituições familiares, de dois pais ou duas mães e seus rebentos. Cada vez mais atuantes e presentes, essas famílias de pais homossexuais criam seus filhos e os ensinam a conviver, desde cedo, com o mundo que, até pouco tempo, os fazia viver em um gueto. Por filhos entenda-se filhos legítimos, já que a ciência está a serviço de todos quando a questão é atender casais que não podem gerá-los naturalmente. Os bancos de sêmen dão conta do recado e são, cada vez mais, responsáveis pelo novo formato familiar – estável ou problemático, como qualquer casal heterossexual.

Não há como negar que a diretora Lisa Cholodenko tenha colocado um pouco (ou muito) de sua experiência pessoal em Minhas Mães e Meu Pai. Afinal, ela é lésbica, casada há anos e tem um filho. E não podia ser diferente – o tom de humor e de naturalidade que ela consegue dar ao filme só seria possível vindo de alguém que viveu as situações na pele. E digo mais: me diverti muito e não senti, em nenhum momento, que o roteiro tenha sido escrito para chocar, para escancarar a escolha sexual de ninguém, nem para jogar na cara que ‘agora estamos todos fora do armário’. Não, foi escrito para entreter. E consegue.

Assim como as duas grandes atrizes do filme, Julianne Moore (também em Direito de Amar) e Annette Bening (também em Destinos Ligados) – que aliás estão ótimas no papel de comediantes – a diretora Lisa também recorre à doação anônima para realizar o sonho da maternidade. No filme, a grande graça é que os filhos representados por Mia Wasikowska (também em Alice no País das Maravilhas) e Josh Hutcherson (também em ABC do Amor) querem conhecer o doador e pai biológico (Mark Ruffalo) por simples curiosidade. Os acontecimentos vão mostrando quem é quem na relação, Nic e Jules lavam muita roupa suja e se reinventam. Não faço aqui nenhum juízo de valor – e não senti que o filme tenha esse intuito. O que realmente importa é que elas fazem você dar risada da vida.

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