MIL ANOS DE ORAÇÕES – A Thousand Years of Good Prayers

Cartaz do filme MIL ANOS DE ORAÇÕES – A Thousand Years of Good Prayers
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Opinião

“É preciso 300 anos de orações para atravessar um rio num barco com alguém; é preciso 3 mil anos de orações para dividir o travesseiro com alguém.” (provérbio chinês)

Prêmio de Melhor Filme e Ator no Festival de San Sebastián

Mil Anos de Orações é um daqueles filmes em que o bonito está na nuância, no detalhe do diálogo, do olhar e da luz, nas questões do cotidiano. Portanto, não é filme para quem quer ação, desfecho. Pelo contrário, é na lentidão da cenas e no cuidado da construção das relações que o filme mostra a que veio.

Shi é um senhor chinês viúvo que vai aos Estados Unidos visitar a filha recém-divorciada, com quem não se encontra há anos. Sem qualquer intimidade, os dois passam a conviver com um grande estranhamento, num abismo não só de gerações, mas também de hábitos e costumes, na relação pai-e-filha.

O filme é belíssimo e traz à tona várias reflexões. Vou chamar atenção para dois aspectos interessantes, ambos relacionados com a questão central do filme, as relações humanas. Um deles diz respeito à convivência do presente. É nela que o passado é tirado a limpo, que é construído um diálogo em que cabem também a expressão das emoções, em que é possível um sorrir para o outro. O outro é a questão da comunicação entre os povos: quando se trata do convívio familiar, do trato das diferenças, da tolerância e compreensão, a linguagem é universal. O chinês e a iraniana trocam sensações, histórias, mentiras, medos, mesmo sem conseguir encontrar a palavra certa em inglês.

Premiado, Mil Anos de Orações é sensível e faz pensar. Mesmo que, para isso, seja preciso acreditar no provérbio chinês e investir em anos de orações…

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