MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO – Mio Fratello è Figlio Unico

Cartaz do filme MEU IRMÃO É FILHO ÚNICO – Mio Fratello è Figlio Unico

Opinião

Uns provocam mais do que outros, uns têm mais intimidade do que outros. Fato é – e fica claro no bonito filme de Luchetti e na vida de cada um de nós – que na hora do aperto, da dificuldade, do beco sem saída, quem segura a onda é a família. E ninguém mais. Os irmãos, que seguiram caminhos opostos, têm no outro a confiança máxima, sem precisar ter jamais provado nada. E assim tem sido. Em Meu Irmão é Filho Único, a troca de olhares, as escolhas, o amor pela mesma mulher e o instinto de manter a família unida, apesar dos pesares, é o grande elo do roteiro.

“Meu irmão é filho único” é propriamente o sentimento do garoto Accio, que se sente preterido pelos pais e irmãos mais velhos. É enviado para um seminário e após tentativa frustrada de não pecar, resolve voltar para casa, onde se sente o último dos moicanos. Mas sem fossa. O que se passa são cenas familiares, caricatas da família italiana e típicas do irmão espertalhão que quer se aproveitar do caçula quando interessa e tirar-lhe a pele quando der na telha. Vale dizer que a atuação de Accio é maravilhosa, tanto jovem quanto adulto. Sensível, sem dramalhão.

A questão política está como pano de fundo. Ambientado numa pequena cidade italiana nos anos 1960/70, os irmãos divergem também na linha de atuação: um facista, outro comunista, com discursos opostos. O microcosmo dessas duas ideologias se cruza, causa conflitos, estabelece semelhanças entre eles. Fala da dor da separação, da impossibilidade de convivência por questões políticas, das crianças que sofrem na pele as escolhas dos pais. Mas também de amor – e é quando acabam se unindo ainda mais.

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