KRAMER X KRAMER

Cartaz do filme KRAMER X KRAMER

Opinião

Depois que Meryl Streep levou o 3o Oscar de melhor atriz com sua atuação em A Dama de Ferro, fiquei curiosa para rever o trabalho que rendeu os dois primeiros. Ainda não encontrei uma cópia de A Escolha de Sofia (1982), mas consegui assistir a Kramer x Kramer (1979). Lembro-me da emoção de quando assisti pela primeira vez e me emocionei de novo.

Lembro de ter me impressionado – e me derramado em lágrimas – com o retrato direto e transparente do fim de um casamento e dos sentimentos do menino de 7anos ao se deparar com o sumiço da mãe e com a disputa dos pais no tribunal. Que eu me lembre, foi o primeiro filme que assisti (devia ter uns 10, 11 anos) que mostrava a tristeza profunda de alguém que poderia ser eu. Que mostrava a angústia dessa mãe (Meryl Streep, também em A Dama de Ferro, Julie & Julia, Dúvida, Entre Dois Amores, As Horas, Simplesmente Complicado), que não se satisfaz com as funções da maternidade, que precisa fazer algo de “interessante” na vida, que precisa ter alguma outra ocupação, em um tempo em que a mulher abria mão da carreira pela maternidade, pela casa, pelo marido. Que mostrava um pai (Dustin Hoffman, também em A Minha Versão do Amor, Tinha que Ser Você) ausente, pouco familiarizado com a rotina do filho e que descobre a riqueza da paternidade a ponto de não mais abrir mão dela. E a dor da criança, que tem uma força genuína.

Quem ainda não viu, é belíssimo. Apesar de vivermos outros tempos, em que os divórcios são frequentes e não causam espanto, ainda acho que o quadro dessa separação do núcleo familiar e do fortalecimento dos laços entre o pai e o filho será sempre uma quebra de paradigma sobre o assunto no cinema. Falo essência da relação, independente de quão modernas, diversificadas, alternativas e também funcionais elas possam ser hoje em dia.

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