GRACE DE MÔNACO – Grace of Monaco

Cartaz do filme GRACE DE MÔNACO – Grace of Monaco

Opinião

Olivier Dahan é o mesmo diretor de Piaf – Um Hino ao Amor, que premiou Marion Cotillard no Oscar e Globo de Ouro. Nem dá pra acreditar, porque a “pegada” é completamente diferente. Considerando que são duas biografias de duas mulheres importantes e mundialmente famosas, eu estava esperando uma Grace Kelly à altura de Piaf: capaz de me emocionar genuinamente. Minha dica é: não vá com muita sede, achando que vai encontrar uma registro incrível sobre o conto de fadas de Mônaco. Tinha tudo pra ser isso mesmo, porque a história boa já veio de lambuja. Mas o problema é o formato, a luz, a abordagem. Fica mais pra uma “Sessão da Tarde”, bem parecido com Diana que, apesar de ter a estrela Naomi Watts, também passou despercebido (nem estreiou no cinema).

Deve ser difícil se superar com personagens assim tão marcantes e não cair no conto de fadas às avessas. Mas é aqui que entra a mão sábia e talentosa do roteirista, que consegue perceber essas ciladas e buscar alternativas. Em Grace de Monaco, embora Nicole Kidman seja uma excelente atriz (também em As Horas, Os Outros, Antes de Dormir, Segredos de Sangue), não consegue salvar a pátria – nem o reinado. Pra quem gosta de reis e rainhas, das alegrias e amarguras dessas histórias, pode ter um encantamento parecido com aquele do conto de fadas – morno e raso. Agora, é preciso dizer que, em termos de beleza, é espetacular e digno de uma princesa realmente.

O foco do filme é a crise no casamento de Grace Kelly e do príncipe Rainier, de Mônaco, que coincide com um momento político delicado no principado. No início dos anos 1960, o general Charles de Gaulle quer incorporar Mônaco à França e isso causa uma saia justa e tanto nas finanças e na condição independente do paraíso europeu. É neste momento que o casamento está estremecido, que a ex-atriz quer resgatar seu lugar ao sol em Hollywood, mas já não tem domínio sobre sua vida, já é uma figura pública. Portanto, adeus vida própria e é aí que a está o conflito do filme.

Não entendi até agora – acho que ninguém entendeu – como é que este foi o filme de abertura de Cannes em 2014. Aliás, o que não faz a política neste mundo, inclusive do cinema…

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