FRANKENWEENIE

Cartaz do filme FRANKENWEENIE

Opinião

É com Tim Burton que a 36a Mostra Internacional de Cinema de SP encerra suas atividades hoje. E o curioso é que se trata de uma animação que Burton já havia filmado, em curta metragem, quando trabalhava na Disney em remotos 1984. Na época o diretor ainda não era ninguém. Foi inclusive despedido da empresa por desperdiçar dinheiro em projetos nada adequados para crianças. Assustadores demais, diziam.

Agora que Tim Burton (também de Alice no País das Maravilhas) é celebridade – goste do estilo dele ou não – a Disney tirou o antigo projeto da gaveta e o diretor teve carta branca para construir o  longa de animação com a sua cara. Tem um tom sombrio  que só Burton sabe dar, com ares de A Noiva Cadáver, de 2005, em seu suspense em preto e branco, terror, medo, morte. E é, claro, uma homenagem a vários monstros consagrados nos filmes de terror, mas principalmente a Frankenstein, pelo nome do filme e pela maneira com que o garoto Victor ressuscita seu cachorro, espinha dorsal da produção.

Victor é um pequeno e retraído aspirante a cientista, que não se conforma com a morte do cachorro Sparky, seu fiel companheiro e único amigo. Monta uma experiência para ressuscitá-lo. Consegue, mas a engenhoca acaba sendo usada por outros garotos do bairro para fazer o mau. Com essa contradição do garoto bom, que usa o artifício para resgatar seu amigo e recuperar a alegria de viver, e dos malvados, que usam para prejudicar o outro, Burton dá mais atenção ao bem, à lealdade, à solidariedade acima de tudo. No fim das contas, apesar do clima “tenso” e sombrio, Frankenweenie é um filme doce. Sobre dois amigos, que dão a vida um pelo outro. Todo feito em stop motion e 3D, não acho que agrade crianças pequenas. Mas crianças maiores, sim. Tem um bonito traço e uma história universal.

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