ELA – Her

Cartaz do filme ELA – Her
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Opinião

Ela é um filme de uma cara só. Tudo bem que é pincelado por duas talentosas atrizes, mas é de uma cara só. Amy Adams (Trapaça) e Rooney Mara (Terapia de Risco) são importantes na construção da solidão de Theodore (Joaquin Phoenix, também em Amantes), do seu individualismo, da sua incapacidade de se doar e se relacionar, mas não falam por si só. Tornam-se detalhes quando entra em cena a voz (sim, só a voz) de Scarlett Johansson, a Samantha.

Dito isso, o filme se resume a Theodore e Samantha, de quem não há uma imagem sequer. É um personagem-voz, embora a imagem de Scarlett (também em Como Não Perder Essa Mulher, Vicky Cristina Barcelona, Encontros e Desencontros, Match Point) faça parte do nosso imaginário cinematográfico. Chegou até a ganhar o prêmio de melhor atriz no Festival de Roma pelo papel – ou melhor, pela voz. E vale quanto pesa.

Além do roteiro muito criativo, Ela faz a gente vestir a carapuça. Theodore é um sujeito solitário, cujo trabalho é escrever cartas em nome de outras pessoas, que não conseguem se expressar. Vive num mundo totalmente automatizado, com comando de voz para tudo e sistemas operacionais inteligentíssimos, a ponto de interagirem com seu “amo”. Algo assim, como a lâmpada mágica: você quer executar uma tarefa, é só pedir ao sistema operacional. É aí que Samantha entra. Ela é o sistema e, além de ajudar Theodore nas tarefas diárias, rotina da casa, organização pessoal, troca ideias, interage e é até capaz de se emocionar.

Vestimos a carapuça sim, porque o mundo está enveredando para esse lado. Somos totalmente informatizados, viciados e dependentes dos computadores dos mais variados tamanhos e de todas as ferramentas que eles carregam. Olhe a sua volta agora e veja quantas pessoas estão conversando, expressando seus sentimentos com… máquinas. Estou em lugar público e fiz isso. É impressionante. Nossa vida automatizada é a protagonista de Ela, mas cuidado para não se apaixonar.

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