EDEN

Cartaz do filme EDEN

Opinião

Eden tem uma pegada parecida com o outro filme de Mia Hansen-Love, Adeus, Primeiro Amor. Faz um recorte, fala de uma fase da vida de alguém. Não tem a intenção de chegar em lugar nenhum, de provar uma tese ou de mostrar um conflito específico. Os protagonistas são pessoas comuns: no primeiro é uma adolescente que enfrenta as dúvidas e questões do primeiro amor; em Eden, é um rapaz como outro qualquer, que não sabe o que quer fazer da vida, só sabe que gosta de música, balada e farra. Alia uma coisa à outra e começa a fazer bicos como DJ. Isso nos anos 1990, quando a música eletrônica bomba na França e Paul (Félix de Givry) decide que seu grande desejo é pilotar uma mesa de som em que o “french touch“, o house francês, imperaria.

Para quem gosta de gênero eletrônico, conhece os famosos Daft Punk e outras bandas e DJs que fizeram nome nessa época, pode ser bacana relembrar. Mas para mim o foco não é a evolução do gênero em si, nem a sua influência entre os jovens. Todas as gerações têm suas tendências, suas baladas, seus excessos, as bandas que são modinha e as que se mantêm com o passar do tempo. Com o house francês não é diferente.

O foco aqui é a vida do adolescente Paul, com seu sonho de ficar famoso, ganhar dinheiro, ser independente, fazer turnês mundo afora e tudo mais. Sonho comum da juventude. Eden mostra a sua trajetória, ascenção e queda, ganhos e frustrações amorosas, sua frágil relação familiar e o difícil ofício de se manter estável nesse meio artístico.

O problema de Eden é que o ritmo não colabora. Lento e sem um conflito específico a ser trabalhado, me vi diante de um personagem morno, sem nenhum brilho especial. Se fosse para ser assim, que o roteiro trouxesse algo a mais para prender a atenção e levar o espectador para dentro da pista de dança. Eu não dancei. Talvez se você curtir o ritmo e as batidas, possa se identificar. Outra boa opção talvez seja assistir em casa quando sair em home video. Acho que dessa forma agrada mais.

Trailers

Comentários