CORPO E ALMA – ON BODY AND SOUL

Cartaz do filme CORPO E ALMA – ON BODY AND SOUL

Opinião

Há um estranhamento imediato em Corpo e Alma – aliás, dois. Mas, dentre os muitos filmes sobre histórias de amor, este é de longe o que traz a narrativa mais original pra dizer que amor simplesmente acontece, une o improvável, seja na esfera que for, sem maiores explicações.

Não sem estranhamento, que já disse que são pelo menos dois – não é um filme convencional. O primeiro é o cenário – abatedouro como pano de fundo não é lá muito romântico, acolhedor. Mas é visceral, nu e cru, sem delongas. O segundo são os próprios personagens – sisudos, rígidos, numa quase amargura profunda, praticamente impermeáveis aos sentidos e sentimentos que vão se descortinando.

Corpo e Alma, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro da Hungria e vencedor do Urso de Ouro em Berlim, é pra ser sentido. Tem forma de poesia econômica, só com o essencial. Mária é a nova gerente de controle de qualidade de um abatedouro; ele, o diretor financeiro. Sonham a mesma coisa, repetidas vezes. O encontro que acontece no sonho tem a barreira da rigidez da vida. Belíssimo e com escolhas muito sensíveis, a diretora convida ao exercício do contato do olhar e do toque, da queda das barreiras óbvias para dar lugar ao inusitado, que é a vida real. Sensacional.

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