CORAÇÕES DE FERRO – Fury

Cartaz do filme CORAÇÕES DE FERRO – Fury

Opinião

Inesgotável tema de filmes, a Segunda Guerra é, de novo, a protagonista deste longa. Espere um filme de guerra, mas principalmente de uma batalha fadada ao fracasso. Embora os Aliados já estivessem derrotando as tropas alemãs em abril de 1945, era preciso fazê-las recuar em alguns pontos da própria Alemanha, para poder assegurar as estradas e pontos estratégicos. Para uma missão praticamente impossível, o que sobrou do batalhão liderado por Wardaddy (Brad Pitt) foi designado para lutar contra o inimigo muito mais poderoso e numeroso. Munido de um tanque e cinco homens, sendo um deles um novato, Wardaddy tem como armas munição, estratégia e o comprometimento dos soldados.

Embora o tema seja déjà vu, este filme tem uma informação nova, já que se passa praticamente dentro de um tanque de guerra, o Fury. Exaustos, no limite do estresse emocional, sem armas e pessoal suficiente para continuar, o batalhão segue em frente por consideração e pura camaradagem – e também falta de opção. Dividem suas angústias como acontece com as cenas já conhecidas e vistas inúmeras vezes no cinema, em que os personagens vivem situações de limite de estresse, vida-ou-morte, medo-e-risco. A liderança é fundamental para fomentar a perseverança e o instinto de sobrevivência.

Tem um forte tom de melancolia, de tristeza pelas mortes, pela devastação, pela banalização dos massacres, pela vida por um fio, embora muitas vezes pareça inverossímil. Brad Pitt (também em 12 Anos de Escravidão, Babel, Seven – Os Sete Pecados Capitais) é frio e implacável, sente-se desiludido e decidido a cumprir sua missão. Conduz com mão de ferro seu batalhão, já aos frangalhos. É o roto falando com os esfarrapados, vivos-mortos.

Fury prescindia de tradução. Corações de Ferro não é um título ruim, mas o original é bem melhor, afinal o tanque é o grande protagonista. Pensando sobre o filme, tenho a impressão que o objetivo transmitir uma mensagem e não contar uma história como se ela fosse verdade. Há, sem dúvida, filmes bem mais críveis do que este. Para quem gosta de guerra, o que vale é o clima de desilusão total – com a vida, com a guerra, com as escolhas humanas. Em que ponto chegamos…

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