CLUB SANDWICH – Club Sándwich

Cartaz do filme CLUB SANDWICH – Club Sándwich
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Opinião

Todo mundo já foi adolescente um dia. Mesmo que você não admita para os outros, tem que admitir para si, lá no íntimo, lá no fundo: a adolescência é um período estranho. Seja porque tudo é novo; seja porque nada de novo acontece e você se sente entediado. Seja porque o mundo de repente se torna pequeno e você quer abraçar tudo de uma vez; seja porque você não encontra seu lugar ao sol, sente-se abandonado e fora do grupo de amigos e do seu mundinho tão desejado. Seja porque seus pais te compreendem e são companheiros; seja porque nunca entendem o que você quer e passam o dia fazendo perguntas. Tudo é motivo para estranheza. Tudo é motivo para achar que o mundo inteiro está errado e você é o único certo.

E tem o silêncio, o monólogo, as perguntas sem respostas ou monossilábicas. E de novo tem o silêncio. Que é o que mais chama a atenção neste curioso e muito, mas muito sensível Club Sandwich, vencedor da Concha de Prata de melhor diretor no Festival de San Sebastián. Porque a adolescência é feita de silêncios: ainda mais agora, na era em que mensagens e vídeo preenchem a lacuna dos sonoros telefonemas. Até que ele é quebrado e a inclusão é feita. Mas tem que ser por outro adolescente – o único ser capaz de entender e entrar nesse mundo tão estranho.

Paloma e Héctor são mãe e filho. Não conheceu o pai. São superamigos, viajam juntos, têm rituais e brincadeiras que só eles entendem, têm seu mundo fechado, à parte, e bastam um para o outro. O clima é de grande cumplicidade e companheirismo. Até que Héctor cresce, torna-se adolescente e começa a estranhar a presença da mãe, suas tiradas já não têm a mesma graça e seu mundo parece não fazer mais sentido e ser infantil demais. Paloma passa pela síndrome – e a dor – do ninho vazio, e Héctor quer sair da bolha. Todos fomos adolescentes um dia e não há novidade nessa história. O que é novo é o modo de contá-la, os olhares vazios, a falta de comunicação, a falta de liga entre as pessoas, os mundos sem conexão. O rito de passagem da infância para a adolescência é feito no silêncio. Um silêncio que fala muito alto e até agora está ecoando na minha cabeça.

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