CHAPPIE

Cartaz do filme CHAPPIE

Opinião

Não vi Distrito 9 (parece que é o seu melhor filme) e confesso que me dá preguiça de ver. Vi Elysium, que também mostra o conflito social, o mundo podre dos pobres e o intocável dos ricos. Parece que o tema é sempre o mesmo: analisar as diferenças sociais, os mandos e desmandos dos mais abastados e preparados, o uso da tecnologia no abuso do poder. Chapei vai pela mesma linha, mas tenta ser diferente com a figura do simpático robô-humano.

Chappie, descartado por uma empresa que constrói androides, é resgatado pelo gênio da tecnologia Deon Wilson (Dev Patel, também em O Exótico Hotel Marigold, Quem Quer Ser um Milionário?). Ele resolve fazer a experiência da sua vida: instalar um chip que transfere para o robô os sentimentos humanos, a tal inteligência artificial, evitando que ela responda só aos comandos frios das máquinas, com acontece com os androides produzidos para atuar como força policial em Johanesburgo. Aqui entra a luta dos lados opostos: Deon quer humanizar o robô, ensiná-lo a distinguir o certo do errado; o lado dos malvados da história obviamente não suporta isso e quer terminar com a sua raça.

O robô é sentimental, enquanto o resto da turma é um tanto quanto forçada. A começar pelo vilão Vincent (Hugh Jackman, também em Os Suspeitos, X-Men, Wolverine, Os Miseráveis). Ex-militar, quer fazer implicar na fábrica de robôs um robô-malvado, daqueles que obedecem os comandos de seu criador sem piedade, destruindo os androides que tanto lhe fizeram concorrência. Um tanto quanto batido, sem falar no raso personagem de Jackman. O casal de malandros profissionais é caricato e cansativo, embora seja o papel da mulher aquele que resgata a humanidade em Chappie.

Robô por robô, eu fico com o simpático e querido Wall-E. Que eu me lembre agora, o mais sensível dos robôs do cinema – se bem que R2-D2 e C-3PO de Guerra nas Estrelas também não tem concorrência. Gosto de Chappie, mas não do conjunto da obra. Melhor seria se estivesse em outras galáxias.

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