BOYHOOD – DA INFÂNCIA À JUVENTUDE – Boyhood

Cartaz do filme BOYHOOD – DA INFÂNCIA À JUVENTUDE – Boyhood

Opinião

Richard Linklater já tinha sido genial na trilogia do casal Celine (Julie Delpy) e Jesse (Ethan Hawke). Genial porque acompanha, em tempo real, a história do casal – e por tempo real entenda-se: o diretor fez os três filmes com intervalo de 9 anos, mostrando o casal jovem, em seguida na casa dos trinta e depois aos 40 e poucos anos. Não tem truque de maquiagem para envelhecimento. São os mesmos atores, amadurecendo e envelhecendo junto com a narrativa. Para quem ainda não viu, vale pegar a carona e conferir Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol e Antes da Meia-Noite. Imperdível. São as DRs que eu mais amo no cinema.

Em BOYHOOD, Linklater continua nessa linha. Teve a brilhante ideia de acompanhar, também em tempo real, a vida de um garoto dos 6 aos 18 anos, filmando um pouco a cada ano. O elenco (pai, mãe e um casal de filhos) é sempre o mesmo e como o diretor filme um pouco por ano, vamos vendo os atores crianças crescendo, e os adultos, envelhecendo. O elenco inclui sua filha como irmã de Mason, o ator Ethan Hawke e Ellar Coltrane, como protagonista.

A sensação de pertencer ao filme é singular. Claro, a sua essência retrata problemas familiares por que todos nós passamos. Ainda mais no caso de quem tem filhos adolescentes neste exato momento e ainda se surpreende como o tempo passa rápido —  como ele já é capaz de te abraçar e fazer você sumir dentro do abraço! Essa sou eu. E ainda mais genial é a liga dessa família fictícia. Parece real, passa por inúmeros desafios e transformações,  tenta acertar a todo momento e erra em vários. Vai usando o bom senso e o senso comum de que somos pessoas diferentes e de que cada um tem o seu tempo para crescer, amadurecer e seguir a viagem da própria vida.

BOYHOOD e Linklater já foram premiados nos festivais de Berlim e San Sebastián e é um dos melhores filmes do ano – senão o melhor. Está incluído em várias categorias do Cine Garimpo: para se divertir, se emocionar, ver em família, pensar. É tudo isso sim. É bom saber que a emoção vem em algum momento – ou em vários – porque não há como não se identificar. É o filme do rito de passagem da doce infância, pela misteriosa adolescência, até a desejada – e temida – vida adulta. Quanta genialidade, sem um só lugar comum!

Trailers

Comentários