AS BOAS MANEIRAS

Cartaz do filme AS BOAS MANEIRAS

Opinião

Tem que gostar de filme de horror. De fantasia. As Boas Maneiras foge do controle e vai pro lugar do imaginário popular. Do lobisomem. Juliana Rojas e Marco Dutra revisitam este lugar, por onde já passaram em Trabalhar Cansa – sem falar no simpático Sinfonia da Necrópole, assinado só pela diretora. Só que agora, em invés de sugerir que exista algo sobrenatural, fora da normalidade e mais forte do que a racionalidade permite, eles criam uma história nua e crua. Inserem no dia a dia de São Paulo e a gente chega até a acreditar.

Acredita porque tem a dupla talentosíssima das atrizes Marjorie Estiano (também em Todo Clichê do Amor, Sob Pressão) – que sempre arrasa em tudo que faz -, e a portuguesa Isabél Zuaa, que se entrega ao filme de um jeito que chega a ser assustador. Marjorie é Ana, uma moça que veio de outro estado, mora sozinha, está grávida e precisa contratar um moça para ajudá-la a cuidar da casa e do bebê. Contrata Clara, que chega tímida e misteriosa, aproxima-se de Ana e ficam mais do que amigas, até que o bebê nasce.

Aí o filme entra na segunda parte e ganha ritmo acelerado. E inusitado. Na verdade, são dois filmes em um, que se completam e fazem todo o sentido. Estranho falar isso quando tem lobisomem no meio, mas parece que amor de mãe faz milagres mesmo.

As Boas Maneiras foi premiadíssimo mundo afora e é uma mostra do que o cinema nacional, que ousa ser original, é capaz.

 

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