O AMOR EM 5 TEMPOS – 5X2

Cartaz do filme O AMOR EM 5 TEMPOS – 5X2

Opinião

Do colapso, à solidão, ao medo, à alegria, ao encantamento, à Itália, onde tudo começou. Na ordem inversa, com muita profundidade – principalmente no que diz respeito às entrelinhas, à fuga inteligente e sensível do óbvio – François Ozon dirige O Amor em 5 Tempos (também de Ricky, O Refúgio, Potiche – Esposa Troféu). Neste conto de amor e desamor, o diretor começa pelo fim e conta desconstrói a amargura da relação e a frustração até chegar na descoberta do amor. Aliás, com muita categoria.

Faz o caminho inverso, dividindo a trajetória do casal Marion (Valerie Bruni Tedeschi) e Gilles (Stéphane Freiss) em cinco fases. Primeiro eles desistem deles mesmos e se separam, depois se veem solitários no casamento, depois têm medo da responsabilidade, depois se casam, depois se apaixonam. De um homem e uma mulher desestruturados e desacreditados, transformam-se em um casal bonito e promissor. Essa passagem é incrível, incorporada pelo casal com muita força. Sem cair no óbvio, como já disse, ficamos sem saber os detalhes da vida deles, mas o que é mostrado, sentido e vivido no filme é suficiente para dar força à construção de algo já destruído.

Interessante as regras de união e divórcio. O que deveria pautado pelo sentimento e pelo amor, aqui é mostrado como um contrato de deveres e direitos, perante a lei. Não que não seja um contrato, mas que coloca o casamento no patamar do acordo frio e impessoal. É o que conta no começo do final?

A TV Cultura, em parceria com a Mostra Internacional de Cinema, exibe filmes de edições passadas do evento todas as 4as e 6as, às 22h. Vale a pena acompanhar –  O Amor em 5 Tempos fez parte dessa seleção. Veja a programação no link.

 

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