ÁLBUM DE FAMÍLIA – August: Osage County

Cartaz do filme ÁLBUM DE FAMÍLIA – August: Osage County

Opinião

Álbum de Família me fez lembrar vários filmes sobre esse inesgotável tema. Mais universal impossível, falar da família que tem laços de sangue, mas dificuldades imensas de relacionamento e aceitação. Entre tantas produções, eu diria que o italianos Parente É Serpente, de Mario Monicelli (1992), é o que me vem à mente com mais força. Divertido e sensível, faz rir, pra não chorar. O filme de John Wells tem ótimas tiradas de ironia, mas essencialmente faz chorar. O tom da dramaticidade é teatral, portanto intenso, longo e profundo. Esmiuça o sentimento de raiva, frustração, decepção, tristeza ao extremo.

Ainda mais considerando que quem pilota tudo isso é Meryl Streep, a matriarca de uma família desestruturada e cheia de rancores. Espetacular, Meryl se supera. Quando a vejo na tela, tenho a impressão de que este é seu personagem único, tão profundo é o mergulho da interpretação. Para não revelar detalhes, basta dizer que suas três filhas voltam a se encontrar por causa do desaparecimento de seu pai. A amarga Barbara (Julia Roberts, também em Closer, Perto Demais) está enfrentando uma crise no casamento com Bill (Ewan McGregor, também em O Escritor Fantasma) e despreza sua filha Jean (Abigail Breslin, também em Pequena Miss Sunshine); a frágil Ivy sempre se privou de uma vida pessoal para ficar perto dos pais; e a fútil Karen vive mudando de parceiros e se metendo em encrenca. Ao se reencontrarem, lavam a roupa suja de anos, o rancor vem à tona e a família de sangue passa pela prova final.

Profundo e tocante, Álbum de Família pode ser um pouco longo demais, porque se estende na vivência do drama de cada personagem. A vantagem é que realmente sentimos na pele o conflito; a desvantagem é que pode cansar um pouco os desavisados. Mas que fique claro: o filme não é uma comédia como classificou o Globo de Ouro, quando indicou Meryl Streep e Julia Roberts para os prêmios de melhor atriz e atriz coadjuvante, respectivamente. É um drama. E dos bons.

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