A ORIGEM – Inception

Cartaz do filme A ORIGEM – Inception

Opinião

Não se assuste se na primeira meia hora você não entender muito bem o que é realidade e o que é sonho. É assim mesmo, não dá para entender. E o mais bacana do filme é que parece que foi pensado e dirigido por Christopher Nolan de maneira entrelaçada para nos fazer sentir realmente dentro de um sonho, revivendo aquela sensação do inesperado, do esquisito, do susto ao acordar, das associações aparentemente sem conexão.

Para quem se lembra dos sonhos ao acordar, fica mais fácil entender do que o filme está falando. Isso porque o personagem de Leonardo DiCaprio, casado com  Marion Cotillard (também em Piaf), é especialista em invadir o sonho dos outros, roubar informações guardadas no subconsciente e implementar ideias na mente das pessoas para conseguir o que deseja na vida real – mesmo que isso o coloque no mundo dos criminosos. Uma nova modalidade de espionagem industrial, recheada de referências à psicanálise. Para um plano bem arquitetado e complexo, DiCaprio tem de contar com a ajuda de profissionais como a arquiteta vivida por Ellen Page (também em Juno), que vai projetar e imaginar como aquele sonho deve acontecer.

Além dos efeitos incríveis de ficção científica, a grande discussão fica em torno da inteligente dualidade de realidade versus imaginação, razão e planejamento versus emoção e sentimento. Mas fique atento, porque A Origem tem ação em tempo integral – e isso muitas vezes é o que importa. Mas pareceu-me também uma metáfora da arquitetura interna de conexões e associações constantes, que possibilitam a vida e o imaginário, suas decisões e mudanças. E eu diria ainda, uma metáfora do que imaginamos ser real e do que concretizamos como imaginário. Confuso? Como nossa mente deve ser.

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