WAGNER MOURA E ALICE BRAGA APRESENTAM O LONGA ELYSIUM

Ficção científica futurista e apocalíptica. Este é Elysium, que tem o atrativo de estrelas internacionais como Matt Damon e Judie Foster, mas aqui no Brasil tem um apelo extra. Wagner Moura e Alice Braga integram o elenco e fazem bonito. Superbem produzido e com muito dinheiro – “o que faz toda a diferença”, como diz Moura – Elysium conta a história da Terra exaurida, sem recursos naturais e totalmente cinza, no ano de 2154. Diante disso, os habitantes ricos construíram uma estação espacial moderna ao extremo chamada Elysium, enquanto a população na Terra luta para sobreviver.

“Não acho que Neil (Blomkamp) quisesse fazer uma previsão do futuro”, afirma Wagner. “Acho que ele quis sinalizar questões importantes, e não apontar uma possibilidade real”, concluir o ator. Sim, abre espaço para discutir a preservação dos recursos naturais do planeta, as desigualdades sociais, a diferença de direitos sobre habitação, educação e saúde, apresentados claramente no filme. Mas não se trata de uma lição de moral, nem um puxão de orelha. Wagner diz muito bem quando comenta que o filme é primeiro um entretenimento. É isso mesmo: entretém com efeitos incríveis e com uma história bem conduzida e, por que não, emocionante.

A pergunta que não quer calar diz respeito ao idioma. Alice Braga já está mais acostumada. Mora nos Estados Unidos, já fez outros filmes em inglês e espanhol (Na Estrada, de Walter Salles), mas também acha que expressar emoção em outro idioma é sempre um desafio. O bacana mesmo foi a metáfora de Wagner Moura para o fato: “Concordo quando Javier Bardem diz que quando ele atua em inglês é como se tivesse um escritório trabalhando a todo vapor na sua cabeça; e que quando atua em espanhol, o escritório está vazio”, conta ele e tira boas risadas dos jornalistas. De fato, na hora da emoção, da raiva, da luta, expressar seus sentimentos em outra língua não é natural. Mas eles se dão bem, mesmo porque os personagens não têm a pretensão de serem nativos no inglês, são imigrantes de alguma forma. Representam, assim, aqueles oprimidos por Elysium, os renegados, expatriados, os não-cidadãos, os sem-direitos. E isso foi uma sacada interessante do diretor, imprime verossimilhança a esse futuro tenebroso.

Ouvir Wagner Moura dar seu depoimento é sempre interessante. O ator baiano mantém uma áurea simples e descontraída, o que faz com que seja espontâneo. Fizeram bonito com as estrelas de Hollywood – que por sua vez deram um grande fora, confundindo a bandeira do Brasil que o personagem de Wagner Moura tatua no braço, com um hambúrguer. Rir pra não chorar.

 

 

 

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